DEFICIÊNCIA MENTAL
O diagnóstico de deficiência mental depende de três factores: funcionamento intelectual, avaliado em termos de Q.I., limitações significativas em duas ou mais áreas de comportamentos adaptativo e verificação destas características desde a infância. (Luckassan et.al)
A deficiência mental é classificada por graus:
1. Ligeira
2. Moderada
3. Severa
4. Profunda
1.Não são claramente deficientes mentais, mas pessoas com problemas de origem social, cultural, familiar ou ambiental. Apresentam um atraso mínimo nas áreas Perceptivas e Motoras. Indivíduos provenientes de ambientes socioculturais desfavorecidos podem ser aqui incluídos.
2.Podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social, tendo maiores dificuldades no último. Podem aprender a comunicar, mas frequentemente apresentam dificuldades de expressão oral e na compreensão das normas sociais. Apresentam um desenvolvimento motor aceitável.
3.Necessitam de protecção e ajuda, pois o seu nível de autonomia social e pessoal é muito pobre. Apresentam muitas vezes problemas psicomotores. A linguagem é deficitária. Podem ser treinados em actividades da vida diária básica.
4.Apresentam problemas sensoriomotores e de comunicação com o meio. São dependentes dos outros em quase todas as funções e actividades. Os seus handicaps físicos e intelectuais são graves.
Estratégias
A Educação na Escola…
A educação no período escolar deve investir no desenvolvimento de todas as potencialidades da criança deficiente, com o objectivo de a preparar para enfrentar sozinha o mundo em que tem de viver.
Neste sentido, devem ser favorecidas todas as actividades que a ajudem a adquirir as capacidades necessárias para se desenvolver como ser humano:
• Sociabilização;
• Independência;
• Destreza;
• Domínio do corpo;
• Capacidade perceptiva;
• Capacidade de representação mental;
• Linguagem:
• Afectividade
Para além de conhecer o estado geral de desenvolvimento e as dificuldades específicas apresentadas, deve-se atender ás capacidades de aprendizagem de cada aluno, para evitar que os objectivos educativos não sejam demasiados exigentes, a ponto de o aluno não os conseguir atingir, nem tão simples, que não favorecem o desenvolvimento das suas potencialidades e capacidades.
- Fugir do ensino e da mera representação de objectos, a criança tem de ser posta numa relação directa com os objectos;
- Dividir os conteúdos em pequenas unidades;
- Repetir várias vezes uma aprendizagem;
- Ligar a acção à palavra;
- Criar situações positivas de aprendizagem nos aspectos sociais e cognitivos;
- Ensino individualizado.
SÍNDROME ALCOOLISMO FETAL
O Síndrome de alcoolismo fetal tem por base anomalias congénitas (presentes no nascimento) que se produzem como consequência do uso materno de álcool durante a gravidez. Caracteriza-se por um atraso no desenvolvimento físico e mental, alterações crânio-faciais e articulares. A SAF é uma causa frequente de lesões físicas e psíquicas fetais, superando, por vezes, as da spina bífida e da síndrome de down. As lesões produzidas pelo álcool sobre o feto são muito mais graves que as causadas pela heroína, cocaína…
A severidade dos sintomas e as manifestações associadas podem ser extremamente variáveis de um caso para o outro. A doença pode caracterizar-se por atraso pré-natal e pós-natal do crescimento.
As crianças afectadas podem também ter problemas de aprendizagem e de comportamento, tais como irritabilidade crescente durante a infância, atraso mental leve a severo, diminuição da atenção e impulsividade.
Características físicas:
• microcefalia (cabeça anormalmente pequena);
• baixo peso ao nascer;
• perímetro cefálico pequeno;
• malformações da cara.
Problemas físicos causados pela exposição pré-natal ao álcool:
• Malformações cardíacas
• Anomalias urológicas e genitais
• Problemas gastrointestinais
• Problemas ao nível do esqueleto e das articulações
• Problemas visuais: estrabismo, miopia, subdesenvlvimento do nervo óptico e cegueira
• Problemas auditivos
• Convulsões
• Epilepsia
• Desenvolvimento tardio da dentição
Obs: estes aspectos não são determinantes no diagnóstico e não se manifestam todos num só indivíduo
Características cognitivas e comportamentais:
• Evidenciam alterações na memória
• Má coordenação motora
• A atenção é reduzida ou são distraídos
• Mostram falta de responsabilidade
• Demonstram poucas competências sociais
• Dificuldade de socialização
• Falta de imaginação e de curiosidade
• Problemas de aprendizagem, dificuldade para entender conceitos (tempo e dinheiro), má compreensão da linguagem e pouca habilidade para resolver problemas
• Têm dificuldade para estruturar o tempo de trabalho
• Problemas de conduta incluindo hiperactividade, incapacidade para concentrar-se, reacções impulsivas e ansiedade
Estratégias para ajudar a crianças FAS:
• Criança independente na auto-ajuda e jogo
• Dar-lhe opções e obrigá-la a tomar decisões
• Proporcionar-lhe o ensino para adquirir competências da vida diária
• Evitar situações onde seja pouco estimulada
• Estabelecer-lhe rotinas
• Dar-lhe muitas advertências e precauções quando se implementa uma actividade não usual
• Dividir-lhe o trabalho em pequenas tarefas
• Estabelecer-lhe limites e segui-los consistentemente