Deficiência Visual/Deficiência Auditiva

Deficiência Visual

Deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos, com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clínico ou cirúrgico.
De entre os deficientes visuais, podemos ainda distinguir os portadores de cegueira e os de visão subnormal.

 
Causas da Deficiência Visual

• Congénitas: amaurose congénita de Leber, malformações oculares, glaucoma congénito, catarata congénita.

• Adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula, glaucoma, alterações relacionadas à hipertensão arterial ou diabetes.



Como identificar?

• Desvio de um dos olhos;

• Não seguimento visual de objectos;

• Não reconhecimento visual de pessoas ou objectos;

• Baixo aproveitamento escolar;

• Atraso de desenvolvimento.



Sinais de alerta

• Olhos vermelhos, inflamados ou lacrimejantes;

• Pálpebras inchadas ou com pus nas pestanas;

• Esfregar os olhos com frequência;

• Fechar ou tapar um dos olhos, sacode a cabeça ou estende-a para a frente;

• Segura os objectos muito perto dos olhos;

• Inclina a cabeça para a frente ou para trás, pisca ou semicerra os olhos para ver os objectos que estão longe ou perto;

• Quando deixa cair objectos pequenos, precisa de tactear para os encontrar;

• Cansa-se facilmente ou distrai-se ao aplicar a vista muito tempo.



Consequências da Baixa Visão

Percepção Turva

• Os contrastes são poucos perceptíveis;

• As distâncias são mal apreciadas;

• Existe uma má percepção do relevo;

• As cores são atenuadas.



Escotoma Central e Visão Periférica

• Funciona apenas a retina periférica, que não é tão

discriminativa, pelo que pode ser necessária a ampliação

da letra para efeitos de leitura;

• É em geral impeditiva das actividades realizadas com proximidade dos restantes elementos ,bem como da leitura;

• Apresenta acuidade visual baixa (cerca de 1/10).



Visão Tubular

• A retina central funciona, podendo a acuidade visual ser normal;

• A visão nocturna é reduzida, pois depende funcionalmente da retina periférica;

• Podendo não limitar a leitura, é muito limitativa das actividades de autonomia.

 


O aluno deficiente visual…

 
Características da Criança Deficiente Visual

- A criança deficiente visual é aquela que difere da média, a tal ponto que irá necessitar de professores especializados, adaptações curriculares e ou materiais adicionais de ensino, para ajudá-la a atingir um nível de desenvolvimento proporcional às suas capacidades;

•Os alunos com deficiência visual não constituem um grupo homogéneo;

• Os portadores de deficiência visual apresentam uma variação de perdas que se poderão manifestar em diferentes graus de acuidade visual;


 

Adaptações educacionais para os Deficientes Visuais

• A educação da criança deficiente visual pode se processar por meio de programas diferentes, desenvolvidos em classes especiais ou na classe comum, recebendo apoio do professor especializado;

• As crianças necessitam de uma boa educação geral, somada a um tipo de educação compatível com seus requisitos especiais, fazendo ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio.

• A educação do deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, métodos e técnicas específicas de trabalho, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares;

• A tendência actual da educação especial é manter na escola comum o maior número possível de crianças com necessidades educativas especiais;

• Cabe à sociedade a responsabilidade de prover os auxílios necessários para que a criança se capacite e possa integrar-se no grupo social.

 

Princípios da Educação do Deficiente Visual

• Individualização

• Concretização

• Estímulo Adicional

• Auto-Actividade





Estimulação dos sentidos:

• Estimulação visual

• Estimulação do tacto

• Estimulação auditiva

• Estimulação do olfacto e do paladar


 

Estimulação visual

• Motivar a criança a alcançar, tocar, manipular e reconhecer o objecto;

• Ensinar a “olhar” para o rosto de quem fala;

• Ajustar uma área onde a criança possa brincar em segurança e onde os objectos estejam ao alcance dos seus braços;

• O educador pode usar fita-cola de diferentes cores para contrastarem com os objectos da criança, de modo a torná-los mais visíveis.

 


Estimulação do tacto

• Descriminar diferentes texturas;

• Experimentar materiais com formas e feitios com contornos nítidos e cores vivas;

• Distinguir a temperatura dos líquidos e sólidos;

• Mostrar como pode manipular o objecto.


 

Estimulação auditiva

• Ouvir barulhos ambientais, gravadores, rádios…;

• Identificar sons simples;

• Distinguir timbres e volumes dos sons;

• Discriminar a diferença entre duas frases quase iguais;

• Desenvolver a memória auditiva selectiva.




 
Estimulação do olfacto e do paladar

• Provar e cheirar diferentes comidas (salgadas, doces e amargas);

• Cheirar vinagre, perfumes, detergentes, sabonetes e outros líquidos com cheiros fortes.





Programa pré-escolar

Quando em idade pré-escolar, a criança deficiente visual necessita que se dê importância à “rapidez,” para que atinja o mesmo nível que os colegas normo-visuais.

Para tal é particularmente importante que ela desenvolva :

• capacidades motoras ;

• capacidades da linguagem;

• capacidades discriminativas e perceptivas .





Entrada para a escola

À entrada para a escola a Criança D.V. deve:

• Compreender o seu corpo;

• Ter a lateralidade desenvolvida;

• Estar desenvolvido no Tacto;

• Estar desenvolvido auditivamente





Reabilitação

A Reabilitação é essencial no processo de inserção na sociedade, dado que a redução ou a privação da capacidade de ver traz consequências para a vida do indivíduo, tanto no nível pessoal como no funcional, colocando-o, na maioria das vezes, à margem do processo social, segurança psicológica e nas habilidades básicas;





Sala de recursos

• Estas salas podem estabelecer uma alternativa de qualidade se tivermos em conta determinadas características, tais como:

• necessidade de um apoio individualizado;

• necessidade de um currículo com objectivos funcionais;

• ambientes estruturados e securizantes;

• equipamentos e materiais específicos;

• problemas de saúde graves;

• necessidade de gestão de tempos específicos.





Currículo escolar e a deficiência visual

• Os programas educativos direccionados para os deficientes visuais devem ir ao encontro das mesmas áreas e actividades que se encontram nos programas regulares(sendo feitas adaptações consoante as necessidades e dificuldades dos alunos).





O reforço pedagógico e a coordenação Técnico - Docente

• Ajuste do tempo ao seu ritmo de trabalho;

• Planificação de Actividades;

• Adaptação do Processo de Avaliação.





Orientação e movimentação da Criança com D.V. no espaço

• Processo prolongado e sequenciado que deve começar o mais cedo possível.

- As técnicas mais utilizadas são:

• Guia normovisual;

• Uso da bengala;

• Cão Guia;

• Etc.





A aprendizagem da criança com deficiência visual

• A capacidade de aprendizagem de uma criança não está directamente relacionada com o seu grau de visão;

• Depende do momento em que a criança perdeu a visão.





Adaptação do Espaço

• Serão necessárias adaptações no espaço se a dificuldade de visão for acrescida de outras;

- Conhecer o ambiente escolar;

- Na sala de aula é necessário:

• Comunicação Oral;

• Condições de iluminação;

• Organização do espaço e dos materiais;

• Estratégias e recursos.